Poema - Lavagem do Bonfim - Ostinho
Ostinho – 07.01.2025
“Na colina sagrada
em fé sublime,
O povo em canto puro a
Deus se eleva;
De branco veste o chão
que o mar imprime,
Com flores, águas,
graças, a alma enleva.
Ao toque do tambor, que
o coração redime,
A marcha em devoção
jamais se leva
Somente ao corpo; é ao
céu que ergue o rosto,
Na festa onde o amor
reluz com gosto.”
“Lá seguem as
baianas, firmes, belas,
Em panos brancos,
rendas e esperança;
Trazendo o orvalho
santo em suas janelas,
Que aos corações dá
vida e confiança.
Nas ruas ecoam risos,
as donzelas
Misturam orixás e a fé
na dança.
Ao Senhor do Bonfim,
com tal vigor,
O povo dá louvor e
eterno amor.”
“E ao som do agogô,
o mar responde,
Num canto em concha que
a Bahia canta;
Das ondas suaves, o
azul se esconde,
Enquanto o sol sua
presença encanta.
O alto da colina, onde
o olhar se expande,
Recebe a procissão que
em fé levanta
Mil preces, mil
promessas no caminho,
E a força de um povo em
seu destino.”
“As águas que as
baianas vêm trazendo
São mais que um
símbolo: são aliança.
Purificam o chão, num
gesto eterno,
Que une o sagrado e o
humano na dança.
Senhor do Bonfim, o
olhar compreendendo,
Sorri à multidão que em
confiança
Ergue aos céus suas
vozes, suas dores,
Pedindo paz, saúde e
mais amores.”
“No final da subida,
o templo brilha,
Farol de fé que guia o
peregrino.
Ali o coração enfim se
humilha
E encontra no altar seu
maior destino.
Bahia canta, dança e se
maravilha,
Pois guarda em suas
mãos o amor divino.
Lavagem do Bonfim:
festa tão pura,
Da alma e do corpo,
eterna cura.”
Ostinho
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