O "Colecionismo Iniciático" (Materialismo Espiritual)
Muitos buscadores passam anos acumulando aventais, capas,
graus, títulos e iniciações, apenas para descobrir que o "vazio" interior permanece intocado,
e essa sensação de "faltar alguma coisa" persiste mesmo após tantas
filiações.
Existe uma armadilha sutil onde
o ego substitui a conquista material pela conquista de graus.
O Fenômeno: A pessoa sente que,
se entrar em mais uma ordem ou receber mais um grau secreto, finalmente
encontrará a "chave" que falta.
A Realidade: As ordens e ritos
são ferramentas ou mapas. Colecionar mapas não é o mesmo que fazer a viagem. Se
a transformação interna não acompanhar a acumulação de títulos, a pessoa se
torna um "arquivo vivo" de rituais, mas sem a Gnose (experiência
direta).
O Mapa não é o Território
Você pode estar participando de
teatros alegóricos muito bonitos, que ensinam moral e ética, mas que não tocam
na parte mística ou transcendental que sua alma busca, se “você” verdadeira e
intimamente não viver a viagem, o percurso e o caminho.
A "coisa que falta"
geralmente é a conexão direta com o Divino (ou com o Eu Superior), que nenhuma
instituição pode dar a você; elas apontam
o dedo para a lua, mas você é quem tem que olhar.
A Dispersão de Energia
Existe um ditado antigo que diz:
"Quem cava dez poços de um metro não encontra água. Quem cava um poço de
dez metros, encontra."
Ao participar de uma
"enorme quantidade" de instituições, sua energia e foco são diluídos.
Você aprende o básico de muitas tradições, mas não se aprofunda radicalmente em
nenhuma.
A sensação de falta pode vir da
ausência de profundidade. A verdadeira alquimia interior exige tempo, silêncio
e dedicação exclusiva a um processo de cada vez.
A Busca Externa vs. O Silêncio
Interno
Ordens Templárias e místicas são
frequentemente voltadas para a fraternidade, a hierarquia e a ritualística
coletiva. Isso é maravilhoso para o senso de pertencimento, mas pode ser uma
distração.
O paradoxo: O que falta, muitas
vezes, é a solitude e a prática solitária, longe das pompas.
O que geralmente
"falta"?
Quando alguém chega nesse ponto (de onde ainda faltar),
o que geralmente falta não é mais conhecimento, mas sim: Integração
(Vivência): Parar de buscar novos conhecimentos e começar a viver o que já se
sabe. Trazer o Templário para lavar a louça, para o trânsito, para a paciência
com a família. Simplicidade: O retorno ao
básico. Muitas vezes, uma meditação simples e sincera. Serviço
Real: As ordens falam muito em servir à humanidade. Mas, na prática, muitas
vezes ficam presas em políticas internas. A sensação de plenitude muitas vezes
vem do serviço desinteressado fora das paredes do templo.
Talvez o que você esteja
sentindo seja um chamado para parar de consumir espiritualidade e
começar a digerir o que você já consumiu.
Ostinho O

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